🔲 Tem início a era de crimes on-chain
29 Jan 2025
Mas não da forma como você espera.
Edição feita em 29 de janeiro, às 09:57: alterado o trecho que dizia que a marca de US$ 100 bilhões no volume mensal só foi superada duas vezes. Foram três.
Você provavelmente clicou no link achando que eu ia falar da “Crime Season” que foi iniciada com as memecoins de presidente. Se foi o caso, não é sobre isso que eu vou falar hoje.
Hoje, vou falar sobre os bons e tradicionais crimes on-chain: o trade em corretoras descentralizadas. Pela primeira vez, o mercado cripto ultrapassou os US$ 500 bilhões negociados no mercado spot on-chain em um único mês.
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E esse número guarda outras coisas interessantes. Suba na motoca, vamos falar delas.
Solana decola
Para começar a falar do quanto o mercado de trading on-chain cresceu, vou usar a Solana de termômetro.
Se você tem acompanhado o mercado cripto desde o começo do ciclo, não vai surpreender se eu disser que a Solana tá dominando o volume o spot.
Na verdade, deveria. Apesar de todo o “buzz” com memecoins, a Solana só tomou a dianteira no volume mensal de trade a partir do último trimestre do ano passado, com exceção do mês de julho.
De qualquer forma, apesar de dominar o volume spot, a distância para o Ethereum não era tão grande.
Aqui tem mais uma exceção: em novembro, a Solana ensaiou fazer o dobro de volume spot que o Ethereum fez, e bateu na trave por US$ 11 bilhões. Foram US$ 133 bilhões negociados na Solana naquele mês contra US$ 72 bilhões do Ethereum.
Esses números trazem mais um dado interessante: desde que as finanças descentralizadas (DeFi) explodiram em 2020, só houveram três casos em que uma única blockchain fez mais de US$ 100 bilhões em volume mensal spot.
A primeira vez foi em maio de 2021, com a Binance Smart Chain (BSC) patolando quase US$ 139 bilhões. A segunda vez também envolveu a BSC, e foi em novembro de 2021, quando a rede registrou US$ 133 bilhões em volume.
Em 2024, a Blast foi responsável pela terceira vez que uma rede ultrapassou US$ 100 bilhões em volume mensal.
A história, contudo, mudou um pouco. Agora são cinco casos: pelo terceiro mês consecutivo, a Solana registrou mais de US$ 100 bilhões em volume spot on-chain em um mês.
Inclusive, ela criou uma nova escala de grandeza: Solana ultrapassou US$ 200 bilhões em volume spot on-chain mensal. Janeiro ainda não acabou, e a blockchain favorita da galera das trincheiras bateu US$ 244,2 bilhões em volume.
E, se em novembro do ano passado a Solana falhou em botar o dobro de volume do Ethereum, a chance não foi desperdiçada nesse mês. O volume spot on-chain da Solana tá mais do que o triplo do que o Ethereum fez em janeiro.
Considerando os volumes mais baixos e também e média dos últimos sete dias, não existe um mundo onde a Solana fecha o mês abaixo de US$ 250 bilhões em volume. Inclusive, existe um sonho pra furar os US$ 300 bilhões, mas a probabilidade é menor.
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Tá diferente do tradicional
O trading on-chain se diferencia do mercado tradicional em um aspecto fundamental: é mais comum o volume de spot superar o volume de derivativos no acumulado mensal.
Quando a gente fala de corretora centralizada, esse movimento é mais difícil.
Mas o ponto aqui nem é esse, o que eu quero entrar é no comportamento de volume. As únicas vezes em que o mercado on-chain divergiu do mercado centralizado no último ano foi nos meses de maio e junho.
Ou seja: enquanto o volume nas corretoras centralizadas caía, o volume nas exchanges descentralizadas subia. No restante dos meses, se o volume nas vias centralizadas caía bruscamente, o mercado descentralizado seguia.
“Tá, Pelica! Mas e daí?” Calma, eu tava preparando o terreno para um dado muito incrível: enquanto o volume das exchanges centralizadas tá registrando queda de 30% em janeiro, as plataformas descentralizadas tão quase com 20% de alta.
Essa é a maior variação positiva para o mercado descentralizado que já aconteceu. Isto é: enquanto as corretoras centralizadas patinam, as DEX sobem.
E, aqui, chega meu dado preferido disso tudo: batemos recorde histórico no DEX to CEX ratio.
Essa métrica contabiliza a proporção do volume do mercado centralizado que foi movimentado nas corretoras descentralizadas. Se as CEX movimentaram US$ 100 bilhões e as DEX movimentaram US$ 10 bilhões no mesmo mês, então o DEX to CEX ratio é de 10%.
Durante o mês, é normal que essa proporção fique alta em favor das DEX, mas depois se ajuste lentamente. Em janeiro, isso não tá rolando, e é pouco provável que o mês se encerre sem uma nova máxima histórica.
“MAS E OS NÚMEROS?!” Tá, tá. O recorde do DEX to CEX ratio foi registrado em maio de 2023, quando as plataformas descentralizadas movimentaram 14,2% do volume mensal das exchanges centralizadas.
Em janeiro, a proporção tá em 21%, praticamente o dobro do mês anterior.
E o motivo?
Bom, os motivos por trás de toda essa movimentação variam. Em setembro do ano passado, ouvi duas pessoas construindo exchanges descentralizadas sobre o crescimento gradual em popularidade que esse mercado já exibia. O artigo completo tá aqui.
Os motivos listados foram aumento na confiança depositada em DEX, melhorias na experiência do usuário e interesse em fugir de opções que fazem a custódia dos ativos.
Mas as coisas mudaram, né. Os volumes negociados em DEX aumentaram bastante, e é improvável que isso tenha rolado sem um catalisador.
A julgar pelo crescimento de volume na Solana e nos ativos que estão sendo negociados, é difícil não vincular isso a memecoins e moedinhas de inteligência artificial.
Como as exchanges centralizadas demoram mais tempo pra oferecer negociações com essas memecoins que estouram rápido, é compreensível que elas percam o grosso do volume que elas geram.
Além disso, como foi falado no meu artigo de setembro, essas corretoras oferecem opções centralizadas. Isso significa que os traders precisam deixar dinheiro em custódia da corretora, e é algo que ninguém gosta.
Passaram a gostar menos ainda depois do episódio da FTX.
Inclusive, o Ignas tem uma thread muito boa sobre isso, falando sobre como o smart money tá mais on-chain do que nunca. Ele usou o crash de tokens listados na Binance como medidor.
Resumindo rapidamente a thread, era comum que listagens de tokens em grandes corretoras causassem uma explosão no preço. Agora, essa dinâmica tá mudando, já que a listagem de tokens em grandes corretoras causa uma queda no preço.
O motivo, segundo o Ignas, é que as corretoras centralizadas tão virando liquidez de saída para quem comprou cedo no mercado descentralizado.
A questão é: traders sofisticados estão cada vez mais on-chain. Vejo essa movimentação como algo muito positivo para o DeFi, que pode absorver muito da economia on-chain.
Não penso, no entanto, que as negociações de derivativos vão pular de vez para as corretoras descentralizadas. Existem ainda muitos pontos a serem melhorados, como latência, forma confiável de calcular a funding rate em tempo real e mais algumas outras coisas.
De qualquer forma, o que tem se desenhado atualmente é um cenário muito bacana. Como eu listei acima, muitos recordes históricos foram registrados.
Tô otimista com DeFi. Agora, desça da motoca.
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