
🔲 Solana é devastada após crise das memecoins
12 Mar 2025
Sim, os volumes caíram, mas a Solana ainda tem muito para oferecer. Vem ver o que os especialistas têm a dizer....
A febre das memecoins morreu na Solana e o impacto no volume negociado na rede foi nítido. Para quem acompanha o mercado, esse tipo de dado não gera surpresa.
A Solana sempre foi conhecida pelas “trincheiras” das memecoins, e era de se esperar que o arrefecimento da loucura toda que rolava lá tivesse um impacto significativo.
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Mas isso conta só uma parte do problema. A outra parte é: se a atividade da Solana era impulsionada principalmente pelas memecoins, o que sobra pra rede agora?
Você sabe o que fazer.
Mudança nos volumes
Em janeiro, fiz um artigo falando sobre o “início dos crimes on-chain”, que tratava sobre a primeira vez que os volumes negociados em exchanges descentralizadas (DEX) ultrapassou US$ 500 bilhões.
Nesse artigo, também falei sobre o feito inédito que a Solana fez, que foi registrar mais de US$ 100 bilhões em volume negociado por três meses consecutivos.
Em janeiro, inclusive, mais de US$ 260 bilhões foram negociados por lá. Esse número é importante, porque ele representa uma nova escala de grandeza no volume negociado em DEX. O recorde anterior, também da Solana, era na casa dos US$ 132 bilhões.
O volume negociado na Solana, porém, caiu 60% entre janeiro e fevereiro. Apesar de ter passado da marca dos US$ 100 bilhões pelo quarto mês consecutivo, a rede favorita dos degenerados fez US$ 102,4 bilhões em volume negociado.
Fazendo o advogado do diabo aqui, a queda é compreensível: a rede tinha acabado de registrar uma máxima histórica absurda em volume negociado, o sentimento do mercado mudou bruscamente, e todas as redes (com exceção da BSC) registraram queda em volume. Ok, a queda não foi tão brusca quanto a da Solana, mas dá um desconto.
Além disso, mesmo com a queda, a Solana ainda liderou os volumes negociados on-chain em fevereiro.
Mas, não muda o fato de que os volumes caíram, e não tem como desvincular isso da derrocada — que eu julgo ser temporária — das memecoins.
Os crimes foram longe demais
A “Crime Season” chegou e não dava pra fazer nada além de rir. O presidente da maior economia do mundo lançou uma memecoin cheia de insider, botou dinheiro no bolso e ficou por isso mesmo.
Só que a maioria do pessoal, e eu me incluo nisso, achou que pararia por aí. E não parou. No dia 14 de fevereiro, brota aquele otário de peruca que é o chefe de estado da Argentina endossando uma tal de LIBRA.
Ele chegou com um papinho de que o token seria usado para financiar pequenos negócios na Argentina, ninguém acreditou, mas resolveu negociar mesmo assim. Deu a lógica: muita gente se ferrou enquanto duas carteiras sozinhas fizeram mais de US$ 10 milhões.
“¡Viva la libertad, carajo!” Aparentemente, isso inclui a liberdade pra rugar a massa libertária que ajudou a botar esse palhaço no poder. O mundo virou um grande episódio de The Office.
Enfim, voltando ao assunto. Com esse episódio, o mercado terminou de se frustrar com memecoins e o volume da Solana relacionado a esses tokens caiu de US$ 206 bilhões em janeiro para US$ 99,5 bilhões. Os dados são da Blockworks.
Se você é ruim de matemática, dá aproximadamente 52% de queda.
E o volume segue minguado. Pela primeira vez em cinco meses, a Solana perdeu a liderança confortável que tinha em relação a outras blockchains quando o assunto era volume negociado no mercado spot.
Hoje, 11 de março, o Ethereum registra US$ 31,2 bilhões em volume negociado com US$ 8 bilhões de vantagem sobre a Solana.
“Mas o mês não acabou, Pelica!” Se você mudar para o semanal, vai entender que a Solana começou forte nesses últimos cinco meses (exceto em outubro).
Mas isso nem é o mais preocupante. Em janeiro, as memecoins representaram 79% do volume negociado na Solana, e esse percentual pulou para 97% em fevereiro.
Chegamos, então, no cerne do artigo: se as memecoins são tão relevantes para a atividade da Solana e esse mercado tá morrendo, o que resta?
Solana fez as memecoins, e não o contrário
Nic Young, CEO e co-fundador da Oh, foi uma das pessoas que trocou ideia comigo defendendo o que a Solana ainda tem para oferecer.
Para quem não conhece, Oh é a empresa por trás do OhChat, que é tipo um OnlyFans com modelos geradas por inteligência artificial (IA). A plataforma te permite falar putaria com essas modelos, com textos também gerados por IA.
Eles estão usando a Solana pra construir essa infraestrutura, daí brotou a vontade de trocar uma ideia com o Nic.
Ele já chegou falando o seguinte:
“A dominância das memecoins na Solana é um efeito, e não uma coisa. As memecoins são dominantes na Solana porque elas foram a narrativa dominante desse ciclo, e a Solana liderou esse ciclo, e não porque memecoins é tudo que a Solana é capaz de produzir.”
O Nic completa dizendo que muitas blockchains tentaram replicar o sucesso que o Pump.fun teve e falharam. Inclusive, o ex-CEO da Binance, Changpeng Zhao, tentou até movimentar atividade com memecoin na Binance Smart Chain.
Mas se a Solana não é capaz de produzir só memecoins, o que prospera por lá? De acordo com o Nic, a Solana é uma das blockchains liderando a narrativa de agentes de IA e de DePIN, com um crescente ecossistema DeFi.
Só um disclaimer: essa parte do crescente ecossistema DeFi não faz muito sentido, peço desculpas ao Nic. Das dez maiores blockchains em valor total alocado (TVL, na sigla em inglês), a Solana teve o maior fluxo de saída dos últimos 30 dias, com 32,4% de queda.
Enfim, ele continua:
“Está claro que a Solana está na vanguarda de tudo que está acontecendo em cripto graças aos seus fundamentos técnicos, seu ecossistema, sua comunidade, e sua liquidez. Esses são os fatores que atraíram times como o Pump.fun e levaram as maiores narrativas até a Solana. Memecoins não são uma coincidência, elas são produto da dominância da Solana.”
Ou seja: para o Nic, não foram as memecoins que deixaram a Solana popular, mas o contrário.
E é por causa dos fundamentos que, se as memecoins realmente forem de Vasco, a Solana vai impulsionar a próxima narrativa que surgir — e não importa qual ela seja.
Ele também comenta um ponto que eu levantei lá em cima sobre a queda nos volumes:
“O volume caiu em todas as redes, não é algo único da Solana. Quanto mais você sobe, maior é a queda — não dá pra lutar contra a gravidade!”
Ele finaliza dizendo que o Bitcoin cresceu primeiro através da Silk Road, o Ethereum foi associado aos golpes nas ofertas iniciais de tokens (ICOs, na sigla em inglês) em 2017, e agora a Solana foi vinculada às memecoins com alta atividade de insiders.
Em suma, o que ele tá querendo dizer que cada grande blockchain tem sua “Crime Season”, que o Nic vê mais como um rito de passagem do que uma sentença de morte. Nesse ciclo, a Crime Season foram as memecoins com insiders.
Memecoins não são a fundação da Solana
Eu também troquei ideia com a Vanina Ivanova, que é a executiva de marketing (vulgo CMO) da Neon EVM. Para quem não sabe, a Neon EVM é uma rede que habilita compatibilidade com a Máquina Virtual do Ethereum (EVM, na sigla em inglês) dentro da Solana. Isto é, os caras são builders mesmo, e fazem um trabalho fora da curva.
A Vanina disse que especular que a Solana morreu por causa do declínio na negociação de memecoins é como dizer que o Ethereum morreu porque DeFi não está no mesmo nível da explosão do Verão de DeFi em 2020.
Assim como eu fiz com o Nic, também vou colocar uma checagem de fatos aqui: não entendi muito bem o que ela quis dizer com esses níveis mas, em termos de TVL, o pico de valor alocado no Ethereum no último ciclo foi US$ 116 bilhões. Essa marca foi atingida em novembro de 2021.
Durante muito tempo, porém, o TVL do Ethereum lutou pra furar os US$ 50 bilhões.
Em 14 de dezembro do ano passado, o Ethereum bateu mais de US$ 130 bilhões em TVL. Atualmente, essa métrica tá em US$ 71,5 bilhões. Então, assim, hoje em dia o DeFi no Ethereum tá muito melhor do que no Verão de 2020.
Mas tudo bem, vamos seguir com o texto!
A Vanina acrescenta que a Solana não é uma rede composta apenas de memecoins. Embora esses tokens possam ter inflado os volumes, a negociação de memes não é a única coisa que mantém a rede de pé.
Aliás, ela julga como positiva essa queda na negociação de memecoins, pois pode abrir espaço para mais casos de uso sustentáveis dentro da Solana.
Esse ponto, até agora, faz bastante sentido. Apesar da queda, a Solana ainda é a segunda maior rede em valor negociado on-chain, e a participação de memecoins tá em 66%. Esse é o menor nível de participação de memecoins no volume da Solana desde outubro.
Em outras palavras, a rede continua com um volume robusto, ao mesmo tempo em que limpa a participação que as memecoins têm nesse sucesso.
Mas voltemos à Vanina:
“É verdade que negociações especulativas levaram grandes volumes à Solana, mas isso não define o valor da rede no longo prazo, que é ser a casa de builders procurando acesso à liquidez, escalabilidade e adoção no mundo real. Se você olhar para DePIN, jogos e aplicações DeFi na Solana, todas essas cresceram.”
Ela completa dizendo que veremos mais players institucional do mainstream adotando a rede, seguindo exemplo de Visa e Shopify.
A conclusão da Vanina é:
“Memecoins nunca foram a fundação da Solana, elas são uma fase. O que torna a Solana poderosa é sua tecnologia, comunidade de desenvolvedores, e integrações com o mundo real.”
Resumo da ópera
Eu não torço para blockchains, seja contra ou a favor.
Por isso, digo com tranquilidade que é inegável a relevância que a Solana conquistou no último um ano e meio. A rede passou por uma tremenda crise de credibilidade durante o episódio da FTX/Alameda, deu a volta por cima e hoje tem o ecossistema DeFi com o segundo maior montante em TVL.
As memecoins realmente ajudaram a colocar a Solana nos holofotes mas, como a Vanina bem colocou, grandes empresas do mercado tradicional resolveram lançar iniciativas na rede.
Além de Visa e Shopify, dá pra falar de Stripe, PayPal e Franklin Templeton também. E isso é só o que eu lembro sem fazer força, existem muito mais exemplos.
Dito isso, duvido que a Solana vá morrer com esse intervalo na febre das memecoins. Mas, caso a Solana Foundation não saiba administrar o impulso gerado pelas moedinhas de cachorrinho, também não ignoro a possibilidade de que a rede pode ter dificuldades pra voltar à boca do povo da forma como é hoje.
E aí, sem atenção, talvez as grandes empresas prefiram firmar parcerias com as blockchains alternativas de primeira camada que estejam brilhando no momento.
De qualquer forma, não sou futurólogo. Esse artigo foi só uma tentativa de mostrar que, sim, ainda tem muito espaço pra Solana crescer sem memecoins.
Agora desce da motoca.
Antes de terminar, gostaríamos de lembrar que o conteúdo discutido aqui é estritamente informativo e destinado a fomentar a discussão geral. Não deve ser interpretado como recomendação financeira, fiscal ou conselho de vida para qualquer indivíduo. Encorajamos fortemente que você faça sua própria pesquisa e consulte profissionais qualificados.
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